segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Meu Homem Ideal?!


O homem ideal me faz rir, mas nunca usa o riso contra mim! Tem a rara habilidade de saber ouvir só diz o que é necessário.
Compreende a diferença entre estar presente e fazer cia.
Não é prolixo e nem tenta impressionar.
Não precisa entender de vinho, charutos e golfe, precisa ser autentico!
Ele não exige a todo instante o meu lado risonho porque sabe, como sabe de tantas outras coisas nao ditas me sentenças ou discursos, que os dias negros fazem parte de mim!
Nota as sutis alterações de humor pelo tom da minha voz e, antes de prejudicar as razões, se predispoe a fazer cafune ou, sensato, cala-se ao meu lado. E nao exige explicações porque possui uma calma sabedoria que me impele em sua direção: dividir minhas angustias e desesperos com este homem é tao acolhedor quanto deitar na grama numa tarde de outono.
O homem ideal me dá bronca quando abuso da minha impaciencia, compreende que preciso de sensações indescritivelmente libertadora de sumir por algumas horas e, mesmo não concordando, nao me interroga.
O homem ideal canta. não precisa ser afinado, mas sussurra canções que, num dia qualquer, mencionei gostar. Pode saber dançar. E, se não souber, que fique ali me observando.
É daqueles que ficam charmosos de matar com um copo de uisque na mao. Enterra os bons modos e fecha abruptamente a porta do quarto, sem tempo para que eu possa responder à pergunta nem sequer formulada. Adormece aconchegando em mim...
E também curte cozinhar. Duverte-se tanto fazendo compras, como diante de uma prateleira de cds. Não me expulsa da cozinha mesmo que eu esteja atrapalhando.
O homem ideal está sempre disposto a me ouvir, mesmo que seja nos minutos desagendados à força durante o dia cheio, e nao usa trabalho e nem cansaço como desculpa para as suas eventuais faltas, as assume e até se desculpa. E chora. Não faz promessas porque sabe que nem sempre é possivel cumpri-las. Vive regido por sua consciencia mas, impulsivo.
O homem ideal é perfeito numa imperfeição que ocmbina exatamente com a minha !

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Como Amar??



Vivemos em uma sociedade onde o apelo sexual intenso, seja através da mídia, jornais, revistas, sobrepuja muitas vezes o sentimento verdadeiro. O gostar e o amar assumem o lugar de pseudo-importância mesmo que, na realidade, sejam para muitos um desejo ou uma utopia. A sexualidade plena e integrada é substituída pelo consumismo sexual que busca ocupar o lugar do extremo vazio, solidão, desqualificação de si mesmo. O amar se transforma em uma necessidade de suprir ao outro, em busca de, na realidade, preencher a si mesmo, possuir o objeto amado, tê-lo para si. O ser amado passa a ser uma conseqüência, um retorno que se espera a partir de todo o investimento que se faz no outro.
Dentro de todo este contexto que vivemos e, muitas vezes, reproduzimos, o que podemos realmente construir enquanto relação consigo mesmo e com o outro? O que podemos esperar do outro e o que podemos realmente oferecer, quando exigimos muito mais ter o outro do que viver a relação consigo mesmo e com o outro? E o que podemos fazer quando não estamos em relação com o nosso "eu" mesmo? Exigências, cobranças de algo que o outro não pode nos oferecer, necessidade de preencher algo que não se sabe bem o que é. Ímpeto de que o outro nos proporcione aquilo, exatamente aquilo que nós mesmos não podemos nos proporcionar: amor. E como amar o outro, se não sabemos o que é amar? Como estar em relação se não sabemos como nos relacionar? Se nos ensinaram e nós aprendemos que amar é possuir, é ter o direito de posse. Como amar e ser amado, se só acreditamos que somos amados pelo outro e que ele é quem deve afirmar o amor a que temos direito?
Amor é fluidez, é sentimento não sujeito a prisão, mas sentimento vívido, real, forte. E o que fazemos com esse sentimento, com essa energia que move o mundo? O que estamos fazendo com nossa energia de amor? Diz a sabedoria popular que "quando estamos apaixonados, ficamos mais bonitos", por quê? O amor flui e tudo o que flui dá vida. Como uma cachoeira ou como o mar, com seu movimento próprio, deixam fluir, são belos, harmoniosos. Quando há algum ponto onde a água não flui, ela apodrece...como tudo o que vivemos. Tudo que impede o movimento gera contração, não crescimento, morte de uma parte de si mesma. Tudo o que possibilita o movimento gera uma energia que se expande, de vida, de crescimento. O amor vivenciado de forma plena, saudável, gera expansão. O amor baseado no outro e focado apenas no outro é um modo de aprisionar-se. Quando falo de amor, significa todos os tipos de amor, seja ele fraterno, paixão ... O amor focado em equilíbrio entre minhas necessidades e as necessidades do outro é um amor que flui, vivo. O amor que parte do sentimento que existe dentro de mim mesmo, que me possibilita experimentar por mim mesmo, facilita a vivência real e expressiva do amor pelo outro. Amar a mim mesmo é o caminho para amar ao outro intensamente, fluidamente. Respeitar as minhas necessidades é saber respeitar ao outro. Conhecendo-me a mim mesmo, amando-me a mim mesmo, reconheço o outro que necessito e aceito suas diferenças, seu modo de ser diferente de mim. O amor não é mais uma prisão, senão uma relação com...uma construção de infinitas possibilidades que se desvela num mar infinito de probabilidades...dois não são dois, depende de como se combinam. Um não é um, depende daquilo que aceito e me permito vivenciar comigo mesmo. Todos nós somos um infinito, como as estrelas do céu ... amar é um sentimento infinito e grandioso, dependendo do que escolhemos construir. O amor, a relação consigo, com o outro, é uma construção contínua, escolhemos a cada momento. Você é livre a cada momento para escolher. O que você realmente quer?